Início Arborium Ficha Carvalho-Negral

 

 

 

15_74_13_web.jpg

 

 

 

 

  NAVEGAÇÃO

 

 >>   Início   
 >>   Arborium   
 >>   Floresta   
 >>   Homens e árvores
 >>   Arborizar  
 >>   Glossário   

 

 

 

 

 

 

   OUTROS NOMES:

Carvalho pardo,     Carvalho das beiras,    Carvalho-pardo-da-beira,            Carvalho-pardo-do-minho

 

GERAL:

O carvalho negral é uma bela árvore de folha caduca, com um porte médio podendo ultrapassar 20 m de altura. A copa é ampla e arredondada, ou ovóide; quando novo tem as pernadas ascendentes  e patentes em adulto; os raminhos são densamente tomentosos e aveludados, com ramificações e folhagem abundantes e densas. O tronco é direito revestido por casca pouco espessa, acinzentada e fendida. É frequente encontrar indivíduos com um porte arbustivo devido aos numerosos cortes.

 

FOLHAS:

Folhas caducas, por vezes marcescente, alternas, simples, subcoriáceas, mais ou menos ovadas; variam muito quanto ao recorte e às dimensões: podem ser penatifendidas ou penatipartidas, fendidas em 5 a 8 pares de lóbulos irregulares, estreitos e profundos por vezes até à nervura; aquando do abrolhamento têm a página superior cinzento-rosada, muito tomentosa, depois passa a verde-escuro, sem brilho, em seguida tornam-se glabras enquanto que a página inferior permanece densamente tomentosa-felpuda, com pêlos estrelados. O pecíolo é igualmente felpudo-tomentoso a glabrescente. As dimensões das folhas têm uma amplitude de variação que depende muito das formações a que pertencem, de 6 a 20 cm de comprimento e 3 a 14 cm de largura.

 

FLORES:

Floração entre Abril e Junho. As flores masculinas amarelas estão dispostas em amentilhos com 5 a 10 cm de comprimento, as femininas esverdeadas, insignificantes aparecem separadamenta no mesmo pé.

 

FRUTOS:

O fruto é um aquénio, em língua vulgar: bolota ou glande bastante variável, podendo ser elipsóide, cilíndrica ou subglobosa, arredondada no cimo e de cicatriz basilar bastante grande que amadurece em Outubro do mesmo ano, solitária ou agrupada em duas ou três, tem pedúnculo curto (até 2 cm) que suporta uma cúpula tomentosa e coberta de escamas imbricadas, cinzento-aveludadas.

Frutifica a partir dos .....anos.

 

GOMOS:

As gemas ovóides, acizentadas, têm entre 4 a 6 mm e são também densamente tomentosas.

CASCA:

O ritidoma é primeiro liso, pardo a cinzento-enegrecido, delgado ou pouco espesso que passa a ser grosso, com fendas longitudinais de cor cinzento-claro com a idade

 

ECOLOGIA:

Espécie atlântica de plena luz, robusta, aprecia atmosfera e solos húmidos, embora possa viver em condições mais desfavoráveis como sucede no norte interior de Portugal, onde os verões são bastante secos. Calcífuga, prefere solos soltos, de textura arenosa, graníticos ou xistosos. Boa adaptação à altitude, indo até 1500 m, ou mais, por conseguinte suporta bem o frio, a neve e as geadas. Propaga-se por semente, por rebentões, pois o seu sistema de raízes laterais têm a faculdade de se alongar e de emitir numerosos pimpolhos, que constituem um eficiente modo de propagação vegetativa da espécie, também renova bem pelo cepo. Forma manchas arbustivas muito densas.

Vive entre 120 a 300 anos

 

DISTRIBUIÇÃO:

Originária do Sudoeste da Europa e Norte de África. É espontânea na Península Ibérica, no litoral atlântico françês e Norte de Marrocos.

Em Portugal é frequente no interior Norte. Está localizada a norte do Rio Douro, na região de Trás-os-Montes, Beira montanhosa, Alto Douro, nas Serras de Ossa, Monfurado, Nogueira e Sintra. É no nosso País que se encontra a maior área do carvalho-negral ainda existente, por quanto tempo?

 

UTILIZAÇÃO:

Em muitas zonas do país é ainda aproveitado para produção de lenha, os povoamentos são conduzidos em regime de talhadia, utilização tradicional entre nós desta espécie.

A madeira com qualidades médias é no entanto utilizada em tanoaria, marcenaria e em pavimentos (tacos, soalho), assim como na produção de carvão. Rica em tanino.

 

OBSERVAÇÕES:

 

As suas folhas servem de forragem aos animais domésticos quando a erva rareia.

 

Contrariamente ao que se diz, observa-se também, que quando o carvalho-negral cresce livremente sem intervenção humana, passaui um fuste bem definido e erecto.

 

carvalho-negral: folha, página superior

carvalho-negral: folha, página inferior

carvalho-negral:  folhas

carvalho-negral: aspecto tronco e do ritidoma

carvalho-negral: aspecto geral

 

 

arv verão.GIF   circle09_green.gif Fazem parte da mesma

Família o sobreiro, o carrasco o carvalho-português, o carvalho roble, a azinheira... 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O carvalho-negral é considerado como pouco produtivo, pois a sua madeira tem fraco aproveitamento segundo os padrões económicos actuais. Mas será uma razão válida ? A saber o único critério económico! Outras razões, estas ainda hoje pouco consideradas e não rentáveis como a necessidade de preservar a diversidade biológica dos ecossistemas florestais. É sem dúvida aqui que o seu papel se torna importante, contribuindo para:

- Proteger o solo contra a erosão e fertilidade do mesmo;

- Diminuir os riscos de incêndio;

- Permitir a continuidade da economia tradicional;

- Preservar a paísagem tradicional...

 bar11_red.gif

Bosques de Carvalho Negral

Os bosques monoespecíficos de carvalho-negral ou carvalho pardo das Beiras (Quercus pyrenaica) são característicos das vertentes viradas ao Rio Côa. A acção do Homem através o uso do fogo, corte, pastoreio e agricultura reduziu esta comunidade a manchas dispersas, algumas de dimensão considerável mas normalmente abertas devido ao fogo, confinadas aos locais mais frescos e húmidos.
    Ocorrem com frequência no seu sob-coberto espécies arbustivas tais como a giesteira das serras (
Cytisus striatus), o tojo gadanho (Genista falcata), o trovisco fêmea (Daphne gnidium), a urze vermelha (Erica australis) e o endemismo ibérico denominado rosa albardeira (Paeonia broteroi).

 

 

 

bar10_purple.gif

 

 

 

 

 

 

 

 

Topo