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OUTROS
NOMES:
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Carvalho pardo, Carvalho das beiras,
Carvalho-pardo-da-beira,
Carvalho-pardo-do-minho
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GERAL:
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O carvalho negral é uma bela árvore de folha
caduca, com um porte médio podendo ultrapassar 20 m de altura. A copa é ampla e
arredondada, ou ovóide; quando novo tem as pernadas ascendentes e patentes em adulto; os raminhos são
densamente tomentosos e aveludados, com ramificações e folhagem abundantes e densas. O tronco é direito
revestido por casca pouco espessa, acinzentada e fendida. É frequente encontrar indivíduos com um porte arbustivo devido aos numerosos cortes.
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FOLHAS:
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Folhas caducas, por
vezes marcescente,
alternas, simples, subcoriáceas, mais ou menos ovadas; variam
muito quanto ao recorte e às dimensões: podem ser penatifendidas
ou penatipartidas,
fendidas em 5 a
8 pares de lóbulos irregulares,
estreitos e profundos por
vezes até à nervura; aquando do abrolhamento têm a página superior cinzento-rosada, muito
tomentosa, depois passa a verde-escuro, sem brilho, em seguida tornam-se glabras enquanto que a página inferior permanece densamente tomentosa-felpuda,
com pêlos estrelados. O pecíolo é igualmente felpudo-tomentoso a glabrescente. As dimensões das
folhas têm uma
amplitude de variação que depende muito das formações a que pertencem, de 6 a 20 cm de comprimento e 3
a 14 cm de largura.
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FLORES:
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Floração entre
Abril e Junho. As flores
masculinas amarelas estão dispostas em amentilhos com 5 a 10 cm de comprimento, as femininas esverdeadas,
insignificantes aparecem separadamenta no mesmo pé.
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FRUTOS:
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O
fruto é um aquénio, em língua vulgar: bolota ou
glande bastante variável, podendo ser elipsóide, cilíndrica ou subglobosa, arredondada no cimo e de cicatriz basilar bastante grande
que amadurece em Outubro do mesmo ano, solitária ou agrupada em duas ou três, tem pedúnculo curto (até 2 cm)
que suporta uma cúpula tomentosa
e coberta de escamas imbricadas, cinzento-aveludadas.
Frutifica a partir dos .....anos.
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GOMOS:
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As gemas ovóides,
acizentadas, têm entre 4 a 6 mm e são também
densamente
tomentosas.
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CASCA:
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O
ritidoma é primeiro liso, pardo a cinzento-enegrecido, delgado ou pouco espesso que passa
a ser
grosso,
com fendas longitudinais
de cor cinzento-claro
com a idade
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ECOLOGIA:
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Espécie
atlântica de plena luz, robusta, aprecia atmosfera e solos húmidos, embora possa viver
em condições mais desfavoráveis como sucede no norte interior de Portugal, onde
os verões são bastante secos. Calcífuga, prefere solos soltos, de textura arenosa, graníticos ou xistosos. Boa adaptação à altitude, indo até 1500 m, ou
mais, por conseguinte suporta bem o frio, a neve e as geadas. Propaga-se por
semente, por rebentões, pois
o seu sistema de raízes laterais têm a faculdade de
se alongar e de emitir numerosos pimpolhos, que constituem um
eficiente modo de propagação vegetativa da espécie, também
renova bem pelo cepo. Forma
manchas arbustivas muito densas.
Vive entre 120 a 300 anos
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DISTRIBUIÇÃO:
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Originária do Sudoeste da Europa e Norte de África. É espontânea na Península Ibérica, no litoral atlântico
françês e Norte de Marrocos.
Em Portugal é
frequente no interior Norte. Está localizada a norte do Rio Douro,
na região de Trás-os-Montes, Beira montanhosa, Alto Douro, nas Serras de Ossa,
Monfurado, Nogueira e Sintra. É no nosso País que se encontra a maior área
do carvalho-negral ainda existente, por quanto tempo?
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UTILIZAÇÃO:
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Em
muitas zonas do país é ainda aproveitado para produção de lenha, os povoamentos
são conduzidos em regime de
talhadia, utilização tradicional
entre nós desta
espécie.
A
madeira com qualidades médias é no entanto utilizada em tanoaria, marcenaria
e em
pavimentos (tacos, soalho), assim como na produção de carvão. Rica
em tanino.
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OBSERVAÇÕES:
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As suas folhas servem de forragem aos animais domésticos quando a erva rareia.
Contrariamente
ao que se diz, observa-se também, que quando o carvalho-negral cresce livremente
sem intervenção humana, passaui um fuste bem definido e erecto.
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Fazem parte da mesma
Família o sobreiro, o carrasco o carvalho-português,
o carvalho roble, a azinheira...
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O carvalho-negral é
considerado como pouco produtivo, pois a sua madeira tem fraco aproveitamento
segundo os padrões económicos actuais. Mas será uma razão válida ? A saber o
único critério económico! Outras razões, estas ainda hoje pouco consideradas e
não rentáveis como a necessidade de preservar a diversidade biológica dos
ecossistemas florestais. É sem dúvida aqui que o seu papel se torna importante,
contribuindo para:
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Proteger
o solo contra a erosão e fertilidade do mesmo;
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Diminuir
os riscos de incêndio;
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Permitir
a continuidade da economia tradicional;
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Preservar a paísagem tradicional...

Bosques de Carvalho Negral
Os bosques monoespecíficos de carvalho-negral ou carvalho pardo das Beiras
(Quercus pyrenaica) são característicos das vertentes viradas ao Rio
Côa. A acção do Homem através o uso do fogo, corte, pastoreio e agricultura
reduziu esta comunidade a manchas dispersas, algumas de dimensão considerável
mas normalmente abertas devido ao fogo, confinadas aos locais mais frescos e
húmidos.
Ocorrem com frequência no seu sob-coberto espécies
arbustivas tais como a giesteira das serras (Cytisus striatus), o tojo
gadanho (Genista falcata), o trovisco fêmea (Daphne gnidium), a
urze vermelha (Erica australis) e o endemismo ibérico denominado rosa
albardeira (Paeonia broteroi).
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